Passaporte para a História

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André Luiz.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Santo guerreiro

Santo guerreiro
Muito popular no Rio de Janeiro, São Jorge se destaca nas festas religiosas e políticas da cidade desde o século XVIII
Beatriz Catão Cruz Santos

São Jorge está em alta no Rio de Janeiro. Desde 2002, o dia do santo – 23 de abril – é feriado em todo o estado, sendo comemorado com muita festa. No Centro da cidade, há missas, salvas de canhão, banda de música, barraquinhas e batucada. Nos bairros de Campo Grande e Bangu, por exemplo, os fiéis saem em cavalgada pelas ruas. Em Madureira, a escola de samba Império Serrano organiza carreata e depois uma feijoada na sua quadra.

Mas a participação do santo guerreiro em celebrações religiosas vem de longa data, ainda no reinado de D. João I (1385-1433), o fundador da Dinastia de Avis (1385-1581). Nessa época, foi instituída a festa de Corpus Christi (Corpo de Deus) em Portugal e São Jorge tornou-se o patrono do país, em substituição a São Tiago (de Castela), passando a figurar nas procissões lusitanas a partir de 1387. Em 1422, outro fato contribuiu para a popularização do santo: o monarca cria a Casa dos Vinte e Quatro, uma instituição por meio da qual os artesãos tinham alguma representação política na Câmara Municipal de Lisboa. D. João I fora alçado ao trono por um movimento que os incluía, e buscava reconhecer este engajamento. Entre eles havia os profissionais do ferro e fogo – como os ferreiros e os serralheiros –, que se organizariam numa irmandade sob a proteção de São Jorge. Portanto, desde D. João I, São Jorge era relacionado, simultaneamente, à monarquia e aos artesãos do ferro e fogo.


Aos poucos, a celebração religiosa, surgida na Idade Média, tornou-se, sob o patrocínio da monarquia, uma das mais solenes festas do mundo português no século XVIII. Os preparativos começavam com a Câmara Municipal anunciando publicamente a data da festa, que deveria ocorrer sessenta dias após a Páscoa. Mas a data nem sempre coincidia com o calendário cristão. A instituição também nomeava quem carregaria as varas do pálio – sobrecéu portátil com varas que é conduzido em procissões, caminhando debaixo o sacerdote, que leva a custódia –, determinava a limpeza das ruas, o trajeto e o próprio cortejo, seus participantes e a ordem do desfile. Na hora da festa, danças, bonecos gigantes e representações teatrais subvencionadas pelos artesãos se misturavam à procissão, que partia da igreja matriz e percorria as ruas centrais de cada cidade. No governo de D. João V (1708-1750), as manifestações mais populares foram sendo excluídas ou reorganizadas, de forma a tornar a festa mais solene e hierárquica. (...)

fonte : http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=3162

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