Passaporte para a História

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André Luiz.

domingo, 15 de agosto de 2010

História do Brasil : República Velha.

As grades do ‘Marechal de Ferro’
Na recém-proclamada República, Floriano Peixoto abusou da força para se livrar dos inimigos
Marcos Bretas


Se Deodoro da Fonseca, em vez de proclamar a República tivesse sido preso por conspiração contra a monarquia, D. Pedro II se veria diante de um personagem pouco conhecido no Segundo Reinado (1840-1889): o preso político. Isto não aconteceu, mas o início da República foi marcado por tensões que levaram muitos para trás das grades.

Com as elites políticas, o novo governo parece ter sido mais generoso: os defensores do Império, tendo à frente o visconde de Ouro Preto, não ficaram presos por muito tempo, sendo alguns enviados para o exílio, mesmo destino da família imperial. Mas no caso das lideranças monarquistas, a expatriação seria revogada um ano depois. O temor do levante dos negros em defesa da princesa libertadora, Isabel, também justificou a dura repressão aos capoeiras, realizada de forma inteiramente arbitrária. Aproveitando o vazio constitucional provocado pela conjuntura revolucionária, o chefe de Polícia deportou muitos acusados de capoeiragem para a ilha de Fernando de Noronha. A voz do advogado Alberto de Carvalho levantou-se, isolada, para defendê-los. Mas quase todos glorificaram o chefe de Polícia, o jacobino Sampaio Ferraz, e a deportação dos capoeiras.

As disputas pelo poder geraram cisões e conflitos que provocaram a renúncia do marechal Deodoro em 1891, colocando à frente do governo um contestado vice-presidente, o marechal Floriano Peixoto (1839-1895). A breve passagem de Floriano pelo topo da elite política brasileira durante três anos, seguida de sua morte, em 1895, tornou-o uma esfinge, difícil de ser explicada. Homem habituado ao mando militar, não hesitou em usar a força e reprimir quem se opusesse, numa postura enérgica que lhe conferiu a alcunha de “Marechal de Ferro”.

Euclides da Cunha (1866-1909) e Lima Barreto (1881-1922) chegaram a escrever sobre o governante. No romance Triste fim de Policarpo Quaresma (1915), Lima Barreto retrata o período: “Em nome do Marechal Floriano, qualquer oficial, ou mesmo cidadão, sem função pública alguma, prendia e ai de quem caía na prisão, lá ficava esquecido, sofrendo angustiosos suplícios de uma imaginação dominicana. Os funcionários disputavam-se em bajulação, em servilismo... Era um terror, um terror baço, sem coragem, sangrento, às ocultas, sem grandeza, sem desculpa, sem razão e sem responsabilidades...”. (...)


fonte : http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/

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